Depois de um impasse no Conselho de Segurança da ONU, as tensões continuam entre os EUA e a Rússia sobre um potencial conflito na Ucrânia. A Rússia é uma potência das commodities e a Ucrânia é conhecida como “cesta de pão da Europa” devido às suas exportações agrícolas. Se ocorrer um conflito, a interrupção em ambas as regiões faria com que os preços aumentassem em um mercado global já frágil.
Equilíbrio precário — A Rússia é responsável por pelo menos 18% das exportações globais de gás natural e trigo, 12% de petróleo bruto, 9% de alumínio, 8% de cobre e 43% de paládio — um componente-chave dos conversores catalíticos. A Ucrânia é o quarto maior fornecedor de trigo e milho globalmente. Os países em desenvolvimento são os que mais dependem da Ucrânia, particularmente países como Líbia, Egito e Iêmen. Pelo menos 50% do trigo que o Líbano consumiu em 2020 veio da Ucrânia. A maior parte dos produtos da Ucrânia é cultivada na frente oriental do país em cidades como Kharkiv, que estão em alto risco de invasão russa.
Nord Stream 2 — O controle da Rússia sobre os fluxos de gás para a Europa complica a situação, uma vez que 35% do fornecimento de gás da UE vem da Rússia. A Rússia já reduziu o fornecimento de energia através da Ucrânia para a Europa em 50%. De todos os parceiros da OTAN, a Alemanha é a mais dependente do seu fornecimento de gás. Se uma invasão ocorrer, um movimento que a OTAN poderia tomar seria parar o oleoduto Nord Stream 2 entre a Alemanha e a Ucrânia. Os EUA já se mudaram para designar o Catar como um importante aliado não-OTAN para incentivar mais exportações de gás do país para a Europa. No entanto, qualquer desaceleração de curto prazo na oferta pode impactar os preços dos combustíveis em um momento crítico em meio a uma recuperação da crise energética deste inverno. Tudo isso poderia aumentar o atual ciclo inflacionário global. Espera-se que as negociações continuem entre os EUA, o Reino Unido e a Rússia.
Fonte: The Independent, NBC News, Reuters (Nord Stream 2 / Axel Schmidt)